"Gripe suína, em cima do telhado, deixa o povo dormir sossegado". Parece mentira, mas a capacidade que as pessoas têm de desesperar umas as outras é gigantesca. Hoje, pegando um ônibus semi-vazio - sim, estão deixando de usar o transporte público - um casal jovem, sequer podia se beijar; o problema? As máscaras que estavam usando. Exato, o desespero é tanto que as pessoas nem ouvem o que os especialistas dizem: "máscaras somente para quem já está com a gripe". Portanto, creio eu, que se eles estivessem, não estariam no ônibus, estariam? Mamãe, desde ontem, quer que eu não saia de casa. Trabalhar? Imagina, pra quê? É, pessoal, o mundo vai parar. O tal do nível três está aí. É o armagedom, ALELUIA!
Definitivamente não gosto de diminuir um problema destacando outro, mas nesse caso, faz-se necessário; não sei quem disse, porém, um amigo replicou, e eu farei o mesmo: "a gripe suína está aí há um mês, e todos já estão usando máscaras. A aids, mata milhares no mundo há mais de uma década, e até hoje tem gente que não usa camisinha".
A necessidade de uma novidade para se distrair - mesmo que seja uma novidade ruim - é tão grande, que o falecido Michael - que deus o tenha - já perdeu a graça. José Sarney, sacaneando geral no senado? Notícia antiga. Felipe Massa? Quem? Ah, aquele jogador de futebol? Por favor, quem quer alguma novidade que venha aqui trabalhar nessas seis edições de jornal que estamos fechando ou que vá assistir ao BBB. Melhor, compra um binóculo, e espiona o vizinho. Vai saber se ele não está infectado, né?