quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sobre hora extra



Com o tempo, você esquece o medo dos cachorros de rua, perde a vergonha na cara, não liga mais para atrasos e nem se engasga mais com bala.

Com o tempo, você se irrita mais rápido, tem sempre menos cabelo, paga mais caro pelo cafézinho e quase nada que você gosta dá pra comprar com o seu dinheiro.

Com o tempo, você aprende a dizer não, perde alguns amigos, viaja impaciente e sabe exatamente o que fazer com elogios.

Com o tempo, tudo perde o mistério. Eu, você e até mesmo o colega de trabalho bonitão. 

Com o tempo, a gente fica chato e, se não cuidamos, de pedra se torna o nosso coração.

sábado, 29 de março de 2014

Sobre refeição



Sopa de letrinhas, no meu mundo, é quando as palavras, de tão confusas, não podem ser ditas e acabam engolidas.

Sobre a Copa do Mundo


A torcida é grande e animada. Os times já entraram em campo e o relógio começa a correr. Ataques, defesas, dribles, faltas e expulsões. O jogo é sempre muito empolgante. Pena que nas partidas do campeonato você sempre me joga pra escanteio.

Sobre receita pra matar a saudade


Numa panela de ferro junte algumas fotos antigas, cartas amareladas, um ingresso de cinema e o pacote do sonho de valsa que está preso com um clipes em sua agenda. Acrescente boas lembranças, gargalhadas de tirar o fôlego e aquela conversa de reconciliação. Ferva com carinho e, quando a mistura estiver homogênea, desligue o fogo, deixe de perder tempo com besteiras e corra para abraçar logo quem você ama.

domingo, 2 de junho de 2013

Sobre galáxias


Se eu escrevesse todas as palavras bonitas que eu gostaria que você lesse, as letras seriam tantas, que você confundiria as minhas cartas com o céu repleto de estrelas iluminando os seus olhos.

sábado, 2 de março de 2013

Sobre idiomas


Poeta, no meu mundo, é o egresso do curso de idiomas menos concorrido. Ele não sabe escrever a palavra amor em todas as línguas, mas não há poliglota que traduza o que se sente para o que se lê. Sem o poeta, sentir seria uma ação solitária. Sem o poeta, ninguém receberia cartas de amor.

Sobre prosopopeia


Quando o dinheiro fala muito alto, as pessoas ficam surdas.